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Agronegócio

Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Expomontes 2025 deve gerar impacto de R$ 400 milhões na região norte

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Entre 2 e 13 de julho de 2025, Montes Claros (530 km da capital, Belo Horizonte), em Minas Gerais, recebe a 51ª Expomontes, maior feira agropecuária do Norte de Minas. O evento será no Parque de Exposições João Alencar de Athayde, organizado pela Sociedade Rural de Montes Claros e Cia Produções.

Com o tema “Semeando Inovação, Colhendo Futuro”, a Expomontes 2025 projeta movimentar cerca de R$ 400 milhões em negócios, com a participação de mais de 350 mil visitantes ao longo dos 12 dias de evento. A feira contará com 112 estandes, dos quais 95% já estão comercializados, evidenciando o forte interesse do setor agropecuário e industrial. Além disso, a expectativa é de que os leilões realizados durante o evento movimentem mais de R$ 20 milhões, com a comercialização de cerca de 12 mil animais.

A programação de shows da Expomontes 2025 contará com mais de 30 atrações nacionais e regionais, incluindo artistas como Simone Mendes, Zé Neto & Cristiano, Leonardo, Lauana Prado, Zezé Di Camargo, Natanzinho, Belo, Nattan e Matheus Fernandes. Além disso, haverá apresentações voltadas para o público infantil, shows católicos e gospel. Os ingressos estão disponíveis em formato de passaporte unissex, com o primeiro lote ao valor de R$ 350,00, garantindo acesso a todos os dias da festa.

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Durante o evento, os visitantes também poderão aproveitar o melhor da cidade de Montes Claros, considerada a capital do Norte de Minas. A cidade se destaca por unir tradição e modernidade, oferecendo experiências culturais, gastronômicas e naturais. Entre os principais pontos turísticos da região estão a Serra do Mel, o Museu Regional do Norte de Minas, o Parque Municipal Milton Prates e a Feira do Produtor, que reúne ingredientes típicos, doces caseiros e os sabores da culinária mineira.

A Expomontes é mais do que uma feira agropecuária; é um evento que movimenta a economia regional, gera oportunidades de negócio e promove a cultura e o potencial produtivo do Norte de Minas. A edição de 2025 promete reforçar ainda mais esse papel, consolidando Montes Claros como um polo de desenvolvimento e inovação no agronegócio brasileiro.

Serviço

Expomontes 2025
Data: 2 a 13 de julho de 2025
Local: Parque de Exposições João Alencar de Athayde – Montes Claros (MG)

Fonte: Pensar Agro

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